quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Aluna que criou 'Diário de Classe' já foi procurada por políticos de Florianópolis

A estudante de Florianópolis Isadora Faber, de 13 anos, que virou celebridade por denunciar problemas de infraestrutura de sua escola no Facebook, ironizou na noite desta terça-feira, 28, as declarações da secretária municipal de Educação e da diretora da Escola Básica Maria Tomázia Coelho. De acordo com a Assessoria de Imprensa da pasta, as gestoras reconheceram as deficiências no colégio e disseram que apoiam a iniciativa da adolescente.

Por Kazuo Inove e Ocimara Balmant, Estadão.edu


Na página 'Diário de Classe', Isadora posta fotos de sua escola e reclama, entre outras coisas, da existência de porta sem maçaneta, fios desencapados, carteiras quebradas e ventiladores que dão choque. Até as 22h desta terça, cerca de 128 mil pessoas haviam "curtido" a ideia.
Assim que a página foi criada, em 11 de julho, Mel Faber - mãe de Isadora - foi convocada à escola e avisada: era melhor tirar essa ideia da cabeça da menina antes que ela começasse a sofrer ameaças ou até fosse presa. "Fui taxativa no meu não. Minha filha quer é o que é dela por direito", respondeu Mel.
"Até as merendeiras me tratam diferente. Dizem 'Olha lá a menina que tira fotos", contou Isadora ao Estadão.edu na noite desta terça. O bate-papo seria transmitido ao vivo na página da editoria na rede social Google Plus, mas, por problemas técnicos, a conversa não foi gravada.
Isadora reafirmou que continuará registrando em imagens seu cotidiano escolar. Sua aula preferida é a de educação física, apesar de a quadra de esportes da escola, uma das "vítimas" da adolescente na rede social, não ter cobertura ou linhas suficientemente demarcadas.
Por outro lado, a estudante disse não gostar de matemática. "Nas provas, tudo mundo fica andando de um lado para o outro consultando os colegas." Segundo Isadora, suas médias são todas acima de 7.
A popularidade da garota atraiu a atenção de políticos locais. Mas Isadora disse que não quer vincular sua imagem à política, apenas continuar lutando pela melhoria das escolas públicas.
A estudante aproveitou para convidar outros jovens a também postarem o que há de errado em seus colégios. De acordo com ela, várias pessoas já lhe enviaram links de páginas com conteúdo semelhante. Por fim, Isadora agradeceu o apoio dos pais. "Não conseguiria fazer isso se eles não me apoiassem."
'Ouvidoria'
A secretária de Educação de Florianópolis, Sidneya Gaspar de Oliveira, elogiou em nota oficial a iniciativa “brilhante e saudável” de Isadora. “Essa página veio nos auxiliar no monitoramento da escola. É uma espécie de ouvidoria.”
A diretora da escola, Liziane Diaz Farias, negou qualquer represália contra a estudante por causa da página. De acordo com ela, o que ocorreu foi uma conversa com a mãe da adolescente sobre a existência da página no Facebook e o conselho para não utilizar imagens de alunos, funcionários e professores da escola: “Cada indivíduo tem o direito de ter a sua imagem preservada”.
Liziane assumiu a responsabilidade pelos problemas revelados pela estudante: “Assumo publicamente que ocorreu fragilidade na administração do estabelecimento”. Ela também disse que fará um apelo à Associação de Pais e Professores para que ajudem principalmente na manutenção da estrutura física. Também quer fazer campanhas para conscientizar os alunos da necessidade de preservar o ambiente escolar.
Segundo a Secretaria de Educação, em julho foram trocadas 13 luminárias, já danificadas novamente. Haverá também reparos nos banheiros e em outros setores da unidade. “Fizemos uma série de melhorias, mas infelizmente não houve a colaboração da comunidade escolar para evitar vandalismos, com a depredação do espaço”, afirmou o diretor de Infraestrutura, Maurício Amorim Efe.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Avalie o ensino por trás das siglas

Longe de serem um emaranhado de letras e números, sistemas de medição de desempenho podem ser úteis aos pais quando bem compreendidos

Por Jônatas Dias Lima da Gazeta do Povo:



A divulgação do Índice de Desenvolvimento da Edu­­cação Básica (Ideb) na semana passada chamou a atenção da imprensa e de todo o setor educacional. Apesar do destaque dado aos números e das primeiras análises feitas sobre eles, é difícil mensurar até que ponto a população compreende o significado desses indicadores e para que eles servem. Para especialistas, o intenso contato com os dados, sem entendê-los, pode induzir estudantes e pais de alunos a caírem no equívoco da supervalorização dos números ou, no outro extremo, na subutilização desses instrumentos.
Um dos erros mais comuns a que famílias estão sujeitas seria a adoção de uma nota, analisada de forma isolada, como critério único para determinar a qualidade do ensino e a adequação de uma escola para o aluno. “O dado estatístico é apenas uma parte do todo. Não podemos dizer que a nota obtida revela todo o potencial de uma escola”, diz a psicopedagoga e professora do curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Ca­­­­tólica do Paraná (PUCPR) Evelise Portilho.



Para ela, uma visita à escola e conversas com a direção da instituição são essenciais para identificar se o colégio se adapta às expectativas da família. Isso não pode ser substituído por uma simples consulta à nota do Ideb, por exemplo. Segundo Evelise, é preciso olhar com a mesma prudência para índices ou pro­­vas de desempenho de outros ciclos da educação, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou o Exame Na­­cio­­nal de Desempenho de Estudantes (Enade). “Em todos esses casos, as estatísticas são apenas uma maneira de olhar a realidade.”
Exigência natural
Para o pesquisador e dou­­­­­­tor em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Ma­­lheiro, os índices são instrumentos necessários e naturalmente exigidos pela população quando se trata da prestação de serviços. “Quando vamos a um restaurante, hotel ou hospital, queremos ver a sua classificação. Por que não exigiríamos o mesmo na educação?”, questiona.
No caso do Ideb, Malheiro defende, inclusive, a colocação da nota obtida pela instituição na entrada da escola para tornar o resultado visível a toda a comunidade. A ideia já é aplicada em alguns municípios brasileiros e tramita no Congresso Nacional como projeto de lei, de autoria do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO). “Ajudaria a acabar com a manutenção de um sistema de baixa qualidade e des­­pertaria as famílias e a vizinhança para agirem contra a enganação no ambiente escolar”, afirma Malheiro.
Essa forma de usar o índice, no entanto, divide a opi­­nião dos educadores. A Fundação Abrinq, por exemplo, emitiu nota no ano passado condenando a proposta. A instituição considera que a medida expõe os alunos de escolas mal avaliadas a constrangimentos e alega ser inconstitucional.
Conheça cada um
Ideb
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica é o resultado de um cálculo que leva em conta os números de aprovação, reprovação, evasão escolar e o desempenho dos alunos nas avaliações do Saeb e na Prova Brasil. É o indicador que permite o mapeamento detalhado da educação brasileira, com dados por escolas, municípios e estados. Por meio dele, é possível identificar onde estão as escolas com maiores problemas, que precisam de mais investimentos e cobrança de resultados.
Enade
O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes é uma prova aplicada todos os anos à parte das graduações do país.O teste é obrigatório a todos os alunos ingressantes e concluintes dos cursos avaliados, já que a obtenção do diploma é condicionada à participação no Enade. Cada curso é avaliado a cada três anos.

Prova Brasil
É um exame obrigatório para todos os estudantes de 5º e 9º anos de escolas públicas. Na avaliação, os estudantes testam seus conhecimentos em Matemática e Português. A Prova Brasil não avalia o aluno individualmente; está focada no sistema de ensino de cada escola, promovendo um balanço da situação educacional no país. A avaliação não engloba todo o conteúdo do currículo escolar, mas cobra as competências que os alunos devem dominar em determinada idade.
IGC
O Índice Geral de Cursos é um indicador que mede a qualidade das instituições de ensino superior no país, avaliando cursos de graduação e pós-graduação (mestrados e doutorados). Para medir a qualidade das graduações, o índice usa a média dos CPCs dos últimos três anos, além da nota do Enade. No caso dos cursos de mestrado e doutorado, é usada a nota emitida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
CPC
O Conceito Preliminar de Curso é uma nota elaborada com base na análise de vários aspectos de cada curso superior, como nota dos ingressantes, nota dos concluintes, proporção de professores com doutorado e infraestrutura – de acordo com a opinião dos alunos. A média de três CPCs, unidos à nota do Enade, compõe um IGC.
Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio é uma prova aplicada anualmente, cujo objetivo original era avaliar o aprendizado dos alunos de ensino médio no país. Nos últimos anos, no entanto, o exame tornou-se uma das principais formas de acesso ao ensino superior, seja por meio da obtenção de bolsas de estudo ou pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Saeb
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica é uma prova aplicada a cada dois anos que avalia uma amostra de alunos matriculados no 5º e 9º anos do ensino fundamental e no 3º ano do ensino médio. Participam estudantes de escolas públicas e particulares, rurais e urbanas. Como os resultados são obtidos por amostragem, não há indicadores por escola ou município, apenas por regiões e unidades da federação. As provas são constituídas por questões de Matemática e Português e os estudantes recebem notas de zero a dez. Além disso, são coletados dados socioeconômicos dos alunos, professores e diretores e informações sobre as condições físicas e recursos das escolas.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012


"Muitos pais não percebem, mas seus filhos se tornaram idiotas", diz Ziraldo na Bienal

Por Guilherme Solari do UOL.


Uma breve conversa de 15 minutos com Ziraldo na Bienal Internacional do Livro de São Paulo acaba passando por temas como literatura, colonização brasileira, marketing, UFC, novas tecnologias, casos de família e até mesmo um pouco sobre os seus lançamentos na feira.
Aos 80 anos e em sua 16ª Bienal, o pai do Menino Maluquinho não cessa de enfatizar a importância de feiras literárias e do próprio livro para enfrentar o que ele considera em “emburrecimento” endêmico da sociedade.
“A família brasileira não lê. Nós temos a internet que pode ser a fonte da vida e do conhecimento, mas o computador é usado como brinquedo. Muitos pais não percebem, mas seus filhos se tornaram idiotas”, disse Ziraldo ao UOL. “Bote um livro na mão do seu filho e ensine o domínio da leitura. Se ele não dominar isso, só vai dar certo se souber jogar futebol ou dar porrada muito bem para entrar nesse UFC”.
Ziraldo mostra não aprovar o sucesso das competições de artes marciais mistas. “Liguei a TV de madrugada outro dia e vi dois seres se esfregando. Achei que fosse pornografia. E aí o chão começou a se encher de sangue como se tivesse rompido o hímen. Só depois percebi que era essas lutas”, contou Ziraldo.
Apesar de ser autor de obras que marcaram seguidas gerações de crianças brasileiras, Ziraldo diz que não se considera um narrador. “Não tenho um talento como o de Thalita Rebouças ou da autora do Harry Potter”, falou. “Eu parto de uma ideia simples como uma ilustração e tento fechá-la com chave de ouro, como fazia quando trabalhava no marketing”.
“O livro é o objeto mais perfeito da história da humanidade”, defendeu Ziraldo. “Você carrega a história em suas mãos, sente o cheiro do papel, o tempo que você vira uma página é um tempo que percorre na história. O livro contém vida e isso não pode ser substituído por algo frio e digital”.
Quando perguntado sobre o que mudou em sua comunicação com as crianças em todos os anos de literatura infantil, Ziraldo responde: “Não mudou nada. Os tempos e as tecnologias podem mudar, mas a criança não muda nunca”. Ziraldo lança na feira “O Grande Livro das Tias” (Melhoramentos), homenagem às tias e sua importância na infância.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

sábado, 4 de agosto de 2012

GABARITO DO SEGUNDO SIMULADO

01- A
16- B
31- E
46- E
61- D
76- A
02- A
17- D
32- B
47- C
62- C
77- B
03- D
18- C
33- D
48- B
63- A
78- A
04- C
19- B
34- D
49- B
64- E
79 -E
05- A
20- C
35- B
50- C
65- A
80 -A
06- D
21- C
36- D
51- D
66- C
81- A
07- B
22- B
37- C
52- B
67- D
82- E
08- E
23- D
38- B
53- B
68- A
83- D
09- C
24- C
39- B
54- B
69- A
84- E
10- D
25- E
40- A
55- A
70- C
85- D
11- B
26- B
41- A
56- C
71- A
86- E
12- A
27- D
42- E
57- A
72- A
87- D
13- E
28- B
43- A
58- C
73- D
88- B
14- E
29- B
44- C
59- B
74- B

15- D
30- B
45- C
60- A
75- E