segunda-feira, 25 de março de 2013

Cota não garante aluno de escola pública em vestibular


Universidades estaduais e federais têm queda no número de vestibulandos

Egressos de escolas do Estado ou municipais ainda são minoria nos vestibulares das faculdades públicas

ÉRICA FRAGADE, SÃO PAULO

A falta de aulas de geografia no último ano do ensino médio fez com que Monique dos Santos Pires, 21, desistisse de vez do vestibular para as universidades públicas.

"Não tinha como competir com aluno de escola privada", afirma ela, que trabalha e estuda administração na instituição particular FMU.

A situação de Monique ajuda a explicar por que o número de alunos da rede pública nos vestibulares de importantes instituições gratuitas do país caiu ou mudou pouco nos últimos anos, apesar de políticas de bônus e cotas.

Entre dez universidades que enviaram dados à Folha, USP e Unicamp (São Paulo), UERJ (Rio de Janeiro) e UFMG (Minas Gerais) registraram queda no percentual de vestibulandos formados na rede pública de ensino.

Em outras três universidades, a fatia se alterou pouco.

Os alunos das públicas ainda são minoria na maior parte dos vestibulares das instituições públicas, embora representem 85% dos que concluem o ensino médio no país, percentual que aumentou na última década.

As universidades federais de Santa Catarina (UFSC) e do Rio Grande do Sul (UFRGS) estão entre as que tiveram aumento de alunos das escolas públicas em seus vestibulares.
Ainda assim, Júlio Felipe Szeremeta, presidente da comissão de vestibular da UFSC, diz que "não houve o boom esperado". Em 2012, o percentual de vestibulandos de escolas públicas atingiu 37,5% na UFSC. "Imaginávamos que o percentual de vestibulandos de escola pública já teria chegado a 50%."

Já na Universidade Federal da Bahia (UFBA) houve queda no número de inscritos no vestibular saídos de escolas públicas após a adoção do regime de cotas em 2005. A tendência só foi revertida a partir de 2010, depois de um aumento no número de cursos noturnos de 1 para 33.

Para especialistas, a maior oferta de bolsas do governo também tem influenciado a decisão de muitos alunos.

"O ProUni [Programa Universidade para Todos] atraiu muitos egressos de escolas públicas para as faculdades privadas", diz Alexandre Oliveira, sócio da Meritt, empresa de consultoria em educação.
A falta de informação é outro fator mencionado:

"A USP não é uma aspiração para muitos da rede pública. Há os que não tentam porque acham que não têm chance e os que desconhecem o benefício", diz Mauro Bertotti, assessor do conselho de graduação da USP.

Monique conta que não tinha ouvido falar sobre as políticas de cotas e bônus.

Embora muitas instituições já tivessem adotado ações afirmativas, as federais foram obrigadas a ter cotas a partir deste ano para quem fez o ensino médio em escola pública (com recortes por renda e cor da pele).

Fonte: www.folha.uol.com.br, acessado em 25/03/13.

domingo, 24 de março de 2013

Lista 04 - Interpretação - Prof. Willian

Lista 04 - Interpretação - Prof. Willian
Entrega: 06/04

1) Ler o texto do link:
http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/herald/internacional/pedro-bial-anunciara-novo-papa

2) Fazer a lista de conhecimentos necessários para a compreensão do texto.

3) Escolher um dos temas e fazer um texto em que você apresente este tema.

Lista 03 - História Geral - Prof. Rikardo

Lista 03 - História Geral - Prof. Rikardo
Entrega 06/04

O que é história e porque a linha do tempo pode ser considerada falha?


O que era o crescente fértil?

Relacione a Liga de Delos com a decadência dos gregos e ascensão dos macedônios. 



Lista 02 - Química 4 - Prof. Rafael

Lista 02 - Química 4 - Prof. Rafael
Entrega: 06/04

1) Pesquise a origem da química orgânica
2) O que é uma cadeia aberta e uma ramificada?
3) Defina o que é uma cadeia saturada e uma cadeia insaturada

Lista 01 - Matemática 3 - Prof. Eder

Lista 01 - Matemática 3 - Prof. Eder
Data de Entrega: 06/04

Entregar os exercícios 2, 4 e 6 do Módulo 2.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Programa Universidade para Todos: democratizar ou mercantilizar?


    A expansão das matrículas do ensino médio, o recrutamento de força de trabalho pelo capital e as mobilizações de estudantes e docentes em prol de uma reforma universitária tornaram improrrogável a questão da democratização do acesso à educação superior. O crescimento econômico motivou a emergente classe média a investir – como o passaporte para a mobilidade social – em cursinhos pré-vestibulares para garantir o acesso de seus filhos à universidade. Os estudantes excedentes (aprovados, mas sem vagas) saíram às ruas em protestos que abalavam a imagem do “Brasil potência”.
   Diante das pressões, o governo argumentou que as vagas públicas não poderiam atender prontamente à demanda. “Sensível” aos reclamos sociais, induziu a abertura de vagas no setor privado, em instituições universitárias ou não (uma firula, diante da causa democrática), por meio de pesadas isenções tributárias e empréstimos estudantis fortemente subsidiados pelo poder público. Assim, o anseio dos estudantes poderia ser realizado “aqui e agora”. Ao mesmo tempo, contemplaria os interesses capitalistas dos empresários da educação, segmento que demonstrara força política no processo de elaboração da Lei de Diretrizes e Bases.
   Evidentemente, referimo-nos até aqui à ditatura civil-militar de 1964. O sistema de bolsas foi colocado em prática pela Emenda Constitucional n. 1, de 1969, que determinava a criação de bolsas de estudo restituíveis, e pelo artigo 20 da Constituição de 1967, que vedava à União, aos estados e aos municípios a cobrança de impostos sobre renda, patrimônio e serviços dos estabelecimentos de ensino. Houve uma acentuada expansão das matrículas no ensino superior: entre 1960 e 1980, de 200 mil para 1,4 milhão (cerca de 500%), mas o grande impulsionador da expansão foi o setor privado (crescimento superior a 800%), que partiu de um patamar de 42% das matrículas no início dos anos 1960, alcançando 50% em meados dos 1970 e, em 1980, sendo responsável por 63% do total. A solução emergencial do problema do acesso expandiu e diferenciou as instituições de ensino superior privadas, legitimando a contrarreforma de 1968, calibrada pelos Acordos MEC-Usaid. Ao final da ditadura, o sistema público assumiu função complementar ao privado. As frações mais pauperizadas teriam de se conformar com cursos aligeirados, adequados para formar o exército industrial de reserva.
   A crítica à ditadura colocou em evidência o perverso modelo privado-mercantil: embora ofertando cursos, em geral sem qualidade, os lucros do setor ampliaram exponencialmente sob o manto da filantropia. Daí por que a luta na Constituinte ter priorizado a consigna: verbas públicas para as escolas públicas. Derrotas e avanços coexistem no capítulo da educação da Carta de 1988. O artigo 207 consagra a universidade como uma instituição autônoma e referenciada na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, mas o artigo 209 estabelece que o ensino é livre à iniciativa privada, e os artigos 150 e 213 admitem a possibilidade de repasse de recursos públicos (apenas) para as instituições “sem fins lucrativos” (comunitárias, filantrópicas e confessionais).
Fernando Henrique Cardoso institucionalizou o caráter privado-mercantil das “particulares” (Decreto n. 2.306/1997). A expansão, doravante, foi liderada por essas instituições com fins lucrativos (em 2008, das 2.016 privadas, 1.579 eram particulares). Após o boomdas matrículas privadas entre 1995-1999, o setor educacional foi afetado por uma crise semelhante à dos anos 1980: não havia mercado consumidor, com renda, para comprar o serviço educacional. Nesse contexto, o poder do atraso se impôs. O resgate das organizações privadas dar-se-ia em nome do interesse público. Tratava-se de democratizar o acesso “aqui e agora”, ainda que financiando as instituições privadas. O diagnóstico do governo era de que o setor público não daria conta e era pouco eficiente nos gastos. O setor privado seria auspiciado por uma dupla medida já conhecida: a) oferecer isenções tributárias para as organizações privadas (Programa Universidade para Todos), ultrapassando até mesmo os limites da Constituição (ao conceder isenções às instituições com fins lucrativos) e b) turbinar o programa de empréstimos subsidiados para os clientes (Fies).
   Muitos estudantes se beneficiaram do ProUni. E devem ser apoiados em seu direito à educação superior. Não resta dúvida de que outros muitos se beneficiaram da expansão e das bolsas na ditadura. O problema é que tal política destrói qualquer projeto democrático de nação. A opção pelo setor privado leva ao encolhimento do setor público. Em 2002, apenas 27% das matrículas eram públicas; em 2010, 25%. Difunde-se um padrão de educação minimalista e desvinculado das necessidades do país: apenas 0,002% das bolsas do ProUni foram para Geologia e 0,6% em Medicina, por exemplo; o grosso se destina a cursos de “humanidades”, tecnológicos de curta duração (sem relação com as áreas tecnológicas duras) e ciências sociais aplicadas, cursos fast delivery diploma.
   O próprio nome do programa é enganoso: não é universidade para todos, já que as vagas estão dispersas em todo tipo de instituição de ensino superior, inclusive nas mal avaliadas pelo MEC. É de baixa efetividade. Em 2005, apenas 77% das vagas anunciadas em maciças campanhas publicitárias foram ocupadas. Em 2008, apenas 58% das vagas anunciadas. O custo-aluno para o Estado é enorme, muito acima da mensalidade média das empresas: a) organizações com fins lucrativos: R$ 436; custo do bolsista: R$ 495; b) sem fins lucrativos beneficentes: R$ 597; valor pago por aluno: R$ 1.043 (2006).
Uma diferença em relação aos anos da ditadura precisa ser realçada. Atualmente, o setor é controlado por corporações e fundos de investimento com grande participação de capital estrangeiro. Não se trata mais de empresas familiares, mas de negócios que compõem o rol de investimentos especulativos do setor financeiro. Permitir, em nome da democracia, que a juventude brasileira permaneça prisioneira dessa educação mercantilizada é algo brutal. Urge mudar a direção da política educacional. E o eixo tem de ser público e universal. Uma universidade aberta a todos os que possuem um rosto humano. A história se move!

Roberto Leher

Professor titular da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRJ, além de pesquisador do CNPq 

Le Monde Diplomatique Brasil:http://diplomatique.org.br/artigo.php?id=1370

domingo, 10 de março de 2013

Aula de Interpretação - 17/03

Alunos do CEL - Cajuru,

Para a nossa primeira aula de Interpretação de Texto, é necessário que vocês leiam os textos que estão nos seguintes links:

Bilhete de Chico Buarque à diarista é considerado magistral

Bilhete de Gil à diarista é considerado incompreensível

Bilhete de João Gilberto à diarista é considerado revolucionário

Lobão critica recado de Caetano à diarista.

São textos curtos e divertidos de se ler. Então, a tarefa é a seguinte: leiam os textos e façam anotações sobre a intertextualidade dos textos e a vida dos cantores.

Não lembra o que é Intertextualidade? Clique aqui e descubra.


Professor Willian.